terça-feira, 27 de maio de 2008

Dropes do dia

Ibama

A diretoria do Ibama disse que desconhece caso de mudança na localização de um empreendimento já licenciado.


Aneel

Tanto a Aneel como o Ibama afirmam que não têm documentos oficiais sobre a pretensa mudança da usina de Jirau.


MPF RO

O Ministério Público de Rondônia recebeu de volta a ACP que questiona o licenciamento do Complexo do Madeira ajuizada em março de 2007 e que o Juiz Élcio Arruda tinha “empurrado” para Brasília para tentar se livrar do problema.

Heitor Soares, procurador federal de RO e a Promotora de Justiça Aidée Maria Moser aproveitam, também, para pedir explicações à Aneel e ao Ibama sobre a pretendida mudança da usina de Jirau pelo consórcio vencedor do leilão do dia 19 de maio.


Usina de Jirau

A Aneel não pode dizer desconhecer oficialmente as pretensões de mudança do local de Jirau pela Suez. Em setembro de 2007, em reunião na própria Aneel (ver vídeo neste blog) com empreendedores candidatos aos leilões de Santo Antônio e Jirau, foi questionada (era o próprio Jerson Kelman quem presidia) a respeito pelo representante da Suez:

“1) A ANEEL considera factível os investidores que desenvolveram outras opções de arranjo/motorização realizar reuniões consultivas, individuais, com a equipe da Aneel, visando reduzir o risco de oferecer um preço de tarifa módico baseado em um projeto mais barato, lógico sem a perda de segurança / qualidade?”

A Aneel pode ter sinalizado positivamente e daí todo esse imbróglio.


Sondagens no leito do rio

Furnas e Odebrecht tiveram muita dificuldade, na mesma reunião na Aneel, em setembro de 2007, em explicar a falta de informações sobre as sondagens no leito do rio onde seria construido o eixo da barragem de Santo Antônio.

A sondagem no leito do rio não foi feita, conforme informou o representante de Furnas na ocasião, por não ser possível superar os obstáculos causados pelas condições perigosas do local, na cachoeira de Santo Antônio. A velocidade das águas e a falta de segurança para a balsa que levava os trabalhadores impunham muitos riscos.

Para construir a mais simples edificação são exigidas sondagens do subsolo, pois é preciso conhecer o terreno para dimensionar o tipo de fundações e as estruturas. Num empreendimento do porte da usina de Santo Antônio, a falta dessas importantes e cruciais informações causou muito constrangimento nessa reunião.


Sondagens inclinadas

Tecnicamente falando o então representante da Suez na reunião fez um gol ao alegar que a tecnologia para esse tipo de sondagem existia. Poderia ter sido feita uma sondagem inclinada a partir de uma das ilhas. Silêncio total nesse momento e o desconforto de Jerson Kelman se tornou mais evidente.

Conclusões

Furnas e Odebrecht, nessa reunião, deixaram de dar muitas respostas, que serão aqui expostas ainda, oportunamente, pondo em dúvida sua capacidade técnica e as incertezas do projeto licenciado pelo Ibama.

Os estudos de viabilidade que foram aprovados pela Aneel têm custos não explicados, falhas técnicas e opções de localização dos arranjos questionáveis. Além, é claro, de todos os problemas ambientais já apontados.

É hora de pensar em outras alternativas de geração de energia, não?

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