terça-feira, 24 de junho de 2008

Hidrelétrica Espora: o desastre com o dinheiro público



Em 2004 a Espora Energética S.A., responsável pela Hidrelétrica Espora, no rio Corrente, em Goiás, recebeu apoio do BNDES no valor de R$ 30,8 milhões para a implantação da usina.


No final de 2007  rachaduras foram detectadas na usina e em janeiro de 2008, ocorreu seu rompimento causando um grande desastre ambiental e, até hoje, passados 6 meses, os responsáveis não foram apontados e as vítimas não foram indenizadas. A seqüência dos fatos retrata o descaso das autoridades.


30 de dezembro de 2007


A combinação de uma rachadura devido a uma falha estrutural e o grande volume de chuvas na região fez romper a barragem da usina de Espora. Saldo: 80 propriedades que sofreram diretamente com o acidente, 140 quilômetros quadrados inundados, duas pontes (uma liga Itajá a Itarumã) e estradas destruidas, três municípios afetados e graves impactos ambientais.


Fevereiro de 2008


Depois de mais de um mês do acidente as autoridades locais deram um alerta sobre a construção em andamento de mais 12 novas barragens na região que não estão sujeitas a nenhum tipo de fiscalização.


Março de 2008


A Assembléia Legislativa de Goiás aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar o desastre e apurar os responsáveis.


Abril de 2008


No dia 16 o Ministério Público Federal (MPF) em parceria com o Ministério Público do Estado de Goiás pediu a interdição e proibição de funcionamento da usina de Espora, no rio Corrente. Os ministérios públicos estadual e federal decidiram apurar as responsabilidades da Espora Energética S.A. e do órgão estadual no licenciamento da hidrelétrica.


Junho de 2008


No dia 11 foi realizada uma audiência pública sobre o rompimento da barragem, no município de Itajá. O diretor da Espora Energética, os  técnicos da Agetop e os engenheiros da J. Malucelli, empresa responsável pela obra, não compareceram para responder aos questionamentos da CPI.


Foi marcada uma nova audiência pública, desta vez, a ser realizada em Goiânia, para tentar ouvir a empresa que deve satisfações à população e às autoridades.


No dia 18, durante a reunião da CPI, o diretor da Espora Energética disse que a empresa aguarda (seis meses depois da tragédia) o seguro cobrir os danos. Ao término da reunião e depois dos depoimentos dos representantes da empresa responsável pela usina e dos construtores, o presidente da CPI disse que não era possível apurar a responsabilidade pelos estragos!


O rio Corrente nasce no Parque Nacional das Emas, em Goiás. Aguardemos o próximo capítulo e a decisão da justiça.

2 comentários:

  1. Boa noite a todos, quero questionar sobre o seguro, pois comenta-se que a apólice não corresponde o prazo de carência e aceitação do risco (15 dias), sua vigência e sinistralidade antecede este prazo. Se caso tiverem posição sobre este fato, me repassem, o nome da Cia. Seguradora, nº de Apólice e data de vigência. Do contrário toda esta morosidade e só para ganhar tempo, e que tempo

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  2. Sou um cidadão Serranópolino e estou idignado. Lembro me na época dos estudos de impactos ambientais que a Usina Espora iria causar. Na época em fase de estudos fui contra a implantação desta Usina e sou contra de qualquer outra nesse rio. Eles mandaram em nosso Município Engenheiros e etc.. Com papos de cerca lourenço (papo furado) dizendo que só pra Serranópolis-GO seriam pra mais de 500 empregos e o impacto seria mínimo, que o município iriam lucrar com isso e bla,bla,bla, e o pior que Prefeito e Secretário de Meio Ambiente acreditaram. Quando questionei com eles que disseram já ter feito os estudos de alagamento. Porque então se eles sabiam até onde sería alagado, porque eles não reflorestavam parte dos dois lados do Rio Corrente para fuga dos animais porque eles não iriam conseguir capturar todos eles, fingiram que não escutaram e não quizeram ouvir mais nada.
    Agora estão tentando descobrir o culpado do desmoronamento!? A culpa deve ser de Deus que fez chover no município. Só estão falando do impacto pra baixo e pra cima nada, parece me que alguns fazendeiros tiveram que entrar na justiça pra receber uma quantia isignificante no valor das terras perdidas. Quantos animais morreram, quantas arvores secaram, e a biodversidade!? E ainda querem implantar mais Usinas! Não acredito que nesta CPI vão achar um culpado. Gostaria de estar enganado e que não saísse mais nenhuma Usina nesse Rio. Infelizmente nossa população é pequena tem poucos manifestantes.

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