16/07/2008 - 15h45
A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, afirmou nesta quarta-feira (16), em reunião do Conselho Diretor do Parlamento Amazônico, que o Brasil demorou cinco anos para aprovar o licenciamento ambiental das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio justamente para resolver problemas ambientais nos territórios brasileiro e boliviano. Em dois desses cinco anos, o processo ficou em suas mãos, disse Marina Silva. As declarações da senadora foram feitas em resposta a críticas da representação boliviana à construção de barragens no Rio Madeira.
Para evitar o assoreamento da barragem e não prejudicar a circulação dos peixes pelo rio, por exemplo, foi trocado o tipo de turbina comum pela turbina de fio d'água e retirada do projeto a previsão de eclusas, disse a ex-ministra.
- Com as turbinas de fio d'água, o lago que se formará com a represa será diminuído em oito vezes em relação ao projeto original e isso resolverá o problema da área inundada, que se limitará à cota de cheia do rio - explicou Marina Silva.
A senadora também disse que a deputada boliviana Marisol Abán Candia, que levantou a questão no Parlamento Amazônico, esteve presente em algumas discussões de grupos e instituições dos dois paises envolvidos.
Durante o processo de licenciamento ambiental, informou a senadora, foram discutidos o fato de o Rio Madeira ser o segundo do mundo em produção de sedimentos, o que provocaria o assoreamento rápido com o tipo de turbina comum, e a questão da circulação dos bagres, peixes comuns no Madeira.
- Fui ridicularizada como "a ministra dos bagres", que estava atrasando em dois anos a construção da barragem para proteger os bagres, mas não se disse que, ao se proteger os bagres, se protege todo um ecossistema - relatou Marina Silva.
Geraldo Sobreira / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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