terça-feira, 8 de junho de 2010

Amazônia ainda mais ameaçada


A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado aprovou hoje a matéria que autoriza o aproveitamento de trechos dos rios Juruena, Teles Pires e Tapajós em terras indígenas.  Se  a autorização for aprovada pelas demais comissões será possível explorar o potencial hidrelétrico e hidroviário em terras indígenas demarcadas.
Esse é o primeiro passo do governo no sentido de construir o Complexo do Tapajós  com as incríveis  “usinas plataformas”. 

2 comentários:

  1. Telma: Percorrí o Rio Tapajós desde as cabeceiras (pelo google é claro!)e constato que São Luíz do Tapajós está situado quase ao nível do mar (45 metros). Não é possível que ainda tenham dúvidas sobre a impossibilidde técnica de reservatórios na Amazônia. Justifico a seguir:
    A Região Amazônica reúne as piores condições de armazenamento de energia por meio de reservatórios. A configuração não é, tipicamente, a de uma bacia única integrada, mas várias bacias isoladas, cujos rios não têm ligação física entre si, nem com os rios do Sudeste o que é um obstáculo a integração.
    Considerando que, localmente, a maior parte dos potenciais tem pequena altura e que a superfície alagada deva ser limitada por questões sócio-ambientais, os novos reservatórios, comparativamente a Furnas, terão volumes reduzidos por dois fatores: altura e superfície alagada.

    Construir reservatórios na Amazônia é “chover no molhado”, isto é, transformar a região mais inundada do mundo num gigantesco espelho d’água, capaz de interferir no clima. O relevo, por si só, já constitui um obstáculo natural. Significa repetir a experiência mal sucedida da construção de açudes que transformou o nordeste no semi-árido mais inundado do planeta..
    1. O campo gravitacional na Amazônia é mais pobre do que se esperava, relativamente campo gravitacional no Sudeste. Para que possa contribuir de forma sustentável a região amazônica não pode contar com reservatórios de regulação. Com isso a estratégia de reservatórios de acumulação — utilizada com sucesso no Sudeste — esta comprometida nas bacias isoladas da Amazônia e, por conseqüência, para o sistema como um todo.
    Quando visto do espaço o relevo mostra claramente que existem muito mais áreas planas do que acidentadas, que, por isso mesmo, são chamados acidentes. Então, se pensarmos no volume dos reservatórios, a possibilidade de constituir estoques de energia nos locais acidentados é infinitamente superior a dos locais de planície. Se tivéssemos que armazenar o mesmo volume de água de Furnas, nos reservatórios da Amazônia, precisaríamos de um espelho d’água muitas vezes superior para conter o mesmo volume. Eis porque os reservatórios da Amazônia são inócuos e agressivos.
    2. Mas, as bacias podem ser interligadas eletricamente ao sistema atual, o que não deixa de ser uma forma disfarçada de integração.
    3. O estoque de energia pode ocorrer de várias maneiras: pelo estoque de petróleo; pelo estoque de produtos produzidos pela energia e pelo estoque em baterias para acionamento de carros elétricos;
    4. Como as bacias não podem ser integradas fisicamente, a máxima energia produzida é a soma simples da energia individual de cada potencial. Neste caso esta soma pode ser facilmente calculada por inventário.
    5. A constituição de estoques de energia por meio de reservatório em todo o mundo é dispendiosa senão impossível porque os últimos potenciais estão situados em planícies de baixa altitude. É mais seguro e barato estocar petróleo.
    6. Estocar os produtos produzidos pela energia é um meio indireto mais barato e seguro do que estocar a própria energia em reservatórios de acumulação.
    7. Assegurar energia por termoelétricas é mais seguro e barato do que por hidroelétricas.

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  2. Telma:percorrí o Tapajós desde as cabeceiras e constatei: São luíz do Tapajós se situa ao nível do mar. É inútil construir reservatório nesta altitude. Justificativas:
    A Região Amazônica reúne as piores condições de armazenamento de energia por meio de reservatórios. A configuração não é, tipicamente, a de uma bacia única integrada, mas várias bacias isoladas, cujos rios não têm ligação física entre si, nem com os rios do Sudeste o que é um obstáculo a integração.
    Considerando que, localmente, a maior parte dos potenciais tem pequena altura e que a superfície alagada deva ser limitada por questões sócio-ambientais, os novos reservatórios, comparativamente a Furnas, terão volumes reduzidos por dois fatores: altura e superfície alagada.

    Construir reservatórios na Amazônia é “chover no molhado”, isto é, transformar a região mais inundada do mundo num gigantesco espelho d’água, capaz de interferir no clima. O relevo, por si só, já constitui um obstáculo natural. Significa repetir a experiência mal sucedida da construção de açudes que transformou o nordeste no semi-árido mais inundado do planeta..
    1. O campo gravitacional na Amazônia é mais pobre do que se esperava, relativamente campo gravitacional no Sudeste. Para que possa contribuir de forma sustentável a região amazônica não pode contar com reservatórios de regulação. Com isso a estratégia de reservatórios de acumulação — utilizada com sucesso no Sudeste — esta comprometida nas bacias isoladas da Amazônia e, por conseqüência, para o sistema como um todo.
    Quando visto do espaço o relevo mostra claramente que existem muito mais áreas planas do que acidentadas, que, por isso mesmo, são chamados acidentes. Então, se pensarmos no volume dos reservatórios, a possibilidade de constituir estoques de energia nos locais acidentados é infinitamente superior a dos locais de planície. Se tivéssemos que armazenar o mesmo volume de água de Furnas, nos reservatórios da Amazônia, precisaríamos de um espelho d’água muitas vezes superior para conter o mesmo volume. Eis porque os reservatórios da Amazônia são inócuos e agressivos.
    2. Mas, as bacias podem ser interligadas eletricamente ao sistema atual, o que não deixa de ser uma forma disfarçada de integração.
    3. O estoque de energia pode ocorrer de várias maneiras: pelo estoque de petróleo; pelo estoque de produtos produzidos pela energia e pelo estoque em baterias para acionamento de carros elétricos;
    4. Como as bacias não podem ser integradas fisicamente, a máxima energia produzida é a soma simples da energia individual de cada potencial. Neste caso esta soma pode ser facilmente calculada por inventário.
    5. A constituição de estoques de energia por meio de reservatório em todo o mundo é dispendiosa senão impossível porque os últimos potenciais estão situados em planícies de baixa altitude. É mais seguro e barato estocar petróleo.
    6. Estocar os produtos produzidos pela energia é um meio indireto mais barato e seguro do que estocar a própria energia em reservatórios de acumulação.
    7. Assegurar energia por termoelétricas é mais seguro e barato do que por hidroelétricas.

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