quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Belo Monte: relatório revela ameaça de debacle financeira para futuros investidores

Bancos públicos e privados, fundos de pensão e outros investidores, receberam hoje (19) o link de acesso ao relatório que alerta para os riscos que podem enfrentar caso concordem em financiar a UHE Belo Monte, no rio Xingu (PA).

O relatório "Análise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte", elaborado pelas ONGs Amigos da Terra - Amazônia Brasileira,  International Rivers e especialistas demonstra que instituições financeiras que vierem a investir em Belo Monte podem sofrer prejuízo financeiro, uma vez que o desempenho da hidrelétrica não compensaria seu custo.

Além disso, por ser um projeto que enfrenta resistência de movimentos sociais, de populações tradicionais e de povos indígenas, e que se viabilizado causaria impactos socioambientais imensuráveis, Belo Monte poderá levar a danos à imagem de empresas e instituições. "Bancos e outros financiadores devem enfrentar riscos financeiros e de reputação, dado o enorme potencial de danos ambientais e sociais", explica o coordenador de Eco-finanças de Amigos da Terra e co-autor do relatório, Roland Widmer.

Segundo o relatório, as instituições financeiras que decidirem investir no projeto de construção de Belo Monte poderão ser co-responsabilizadas por danos sociais e ambientais decorrentes.

Ações judiciais

Além das questões financeiras e dos impactos socioambientais, as empresas e instituições – públicas e privadas - envolvidas no projeto já enfrentam ações judiciais.  Até o momento, o Ministério Público Federal e organizações da sociedade civil ajuizaram dez Ações Civis Públicas (ACPs) diferentes que questionam as ilegalidades do processo de licenciamento ambiental.
"Apenas o reassentamento forçado de comunidades indígenas que vivem ao longo da Volta Grande do Xingu - um trecho de 100 km onde o rio será desviado para canais artificiais para gerar eletricidade - pode resultar em ações de até um bilhão de dólares", explica o procurador da República Felício Pontes.

O consórcio responsável pelo empreendimento e investidores  já enfrentam denúncias sobre violações de acordos internacionais de direitos humanos e proteção ambiental na Comissão de Direitos Humanos da ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. A Avaaz deu início a uma campanha mundial para obter assinaturas na petição contra Belo Monte.  Fonte Eco-Finanças 

Para baixar o relatório Mega-Projeto, Mega-RiscosAnálise de Riscos para Investidores no Complexo Hidrelétrico Belo Monte, clique AQUI 

Para assinar a petição “Pare Belo Monte: não à mega usina na Amazônia”, clique aqui

2 comentários:

  1. A exemplo de Itaipu, agora esta aí o desastre ... os rios fluem para o mar em seu devido tempo , as represas lagos artificiais geram massas de nuvens ,enormes, q obviamente desaguam sobre as cidades... esperemos q novas catastrofes sejam impedidas pelo bom uso da razao...

    ResponderExcluir
  2. já era esperado dificuldades considerando o baixo preço do MwXhora que só pode ser suportado por empresas estatais financiadas pelo setor público.
    Mas, o pior é o que está por vir: a construção dos 'linhões' de interligação que sequer foram licitados. Esta é mais uma frente de lutas que ambientalistas vão ter de enfrentar. Coragem!
    hugo siqueira, ribeirinhode furnas, CISLAGOS.

    ResponderExcluir

Ferrogrão na Amazônia: estudos atualizados pela EDLP, Ministério dos Transportes e Infra S.A.

Imagem: Outras Palavras Ferrogrão na Amazônia: estudos atualizados pela EDLP, Ministério dos Transportes e Infra S.A.   Telma Monteiro, ...