Além de Belo Monte e Complexo do Tapajós, os mais comentados atualmente, há outros projetos menos conhecidos para a região
Manaus, 15 de Julho de 2011
ELAÍZE FARIAS
Calha do rio Madeira, no Amazonas, poderá receber duas novas hidrelétricas, conforme relatório da Aneel (Antônio Lima) |
O projeto mais avançado é justamente a Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, usina que deverá gerar mais de 11 mil megawatts, e que vem sendo alvo de protesto de movimentos sociais e indígenas contrários ao empreendimento.
Os Estados do Acre, Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão estão na lista dos projetos. Entre as bacias mais impactadas estão Jamamanxi, Tapajós e Teles Pires.
No documento, ao qual o portal acritica.com teve acesso, há diferentes etapas das análises, entre inventários e elaborações do projeto.
No Amazonas, dois projetos se destacam: a elaboração de estudos na área do rio Canumã e seu afluente, rio Acari, na calha do Madeira. As hidrelétricas, diferentes das demais descritas no relatório, não trazem dados sobre a potência prevista.
Os dois agentes responsáveis pela elaboração dos estudos e projetos no Madeira destas duas hidrelétricas são Voltalia Energia do Brasil e a Ersa – Energia Renováveis.
Na divisa do Acre com o Amazonas há também outro empreendimento previsto, localizado na região do rio Juruá e seu afluente, rio Moa. Não há informações sobre a potência. O estudo está em elaboração.
“O tamanho das hidrelétricas não é tão importante. Os impactos serão os mesmos e até duplicados. Estamos falando de Amazônia. Qualquer interferência vai ter sérias conseqüências ambientais e trair migração”, analisou Telma Monteiro, ativista ambiental e estudiosa dos impactos sociais que as hidrelétricas provocarão na Amazônia, especialmente com o represamento dos rios.
Em recentes entrevistas sobre os prejuízos das hidrelétricas na região, Telma Monteiro alerta que, diferente do discurso oficial do governo brasilerio, os empreendimentos não produzem energia limpa e barata.
Um dos projetos de hidrelétricas citados do relatório é o de Santa Isabel, localizado na região do rio Araguaia, no Pará, que anos atrás havia sido retirado do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDEE).
A retomada do projeto foi o sinal de alerta para os ativistas ambientais. “O governo brasileiro quer fazer um monte de hidrelétricas para atender interesses de políticos e empreiteiras, naturalmente”, disse.
Santa Isabel
Em seu blog, Telma Monteiro, a hidrelétrica Santa Isabel pode afetar diretamente as Unidades de Conservação Parque Estadual Serra dos Martírios - Andorinhas, APA São Geraldo do Araguaia e APA Lago de Santa Isabel, localizadas em área considerada de alta prioridade para a proteção da biodiversidade, além de afetar diretamente 131 cavidades naturais.
O projeto de Santa Isabel é de responsabilidade do Consórcio GESAI (Geração Santa Isabel), constituído pelas empresas Vale, Alcoa Alumínio S.A., BHP Billiton Metais S.A., Camargo Corrêa S.A. e Votorantim Cimentos Ltda. Nada de novo.
Com área prevista de 250 km² de reservatório, está programada para gerar 1080 MW e atingir os municípios Palestina do Pará/PA, Piçarra/PA, São Geraldo do Araguaia/PA, Ananás/TO, Aragominas/TO, Araguaina/TO, Riachinho/TO e Xambioá/TO.
Confome Telma, a Fundação Nacional do Índio (Funai) disse poderão ser afetadas no Pará e no Tocantins, se a usina for construída: Sororó, Apinajé, Mãe Maria e Xambioá.
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