Pepitas de ouro Foto CNEC |
Telma
Monteiro
O
processo de licenciamento da hidrelétrica São Luiz do Tapajós está tramitando rapidamente no Ibama. Com a as obras
de construção do empreendimento e revolvimento do leito do rio, o Ministério da
Saúde teme que as águas do reservatório e a jusante da barragem sejam
contaminadas por metais pesados.
Em
fevereiro de 2012 o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica para fazer
considerações ao Termo de Referência dos estudos ambientais no que tange à
contaminação do solo na região do projeto hidrelétrico São Luiz do Tapajós. Essa
questão deverá ter um tratamento prioritário, uma vez que o solo contaminado
pode oferecer riscos à saúde em razão do uso de mercúrio na exploração garimpeira de ouro.
Entre
as avaliações requisitadas pelo MS está o de realizar avaliação
hidrobiogeoquímica do mercúrio no sedimento dos rios Tapajós e Jamanxim e
fornecer um prognóstico do empreendimento no que tange à concentração de metais
pesados com possibilidade de contaminação de águas no reservatório e a jusante
da barragem.
Autorização de abertura de
picada
Mesmo
com todos os problemas já apontados no processo das usinas do Tapajós, o
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) concedeu à Eletrobras, em 23 de julho, uma autorização de abertura de
picada para a realização de levantamentos geológico-geotécnicos no âmbito do
Estudo de Impacto Ambiental da hidrelétrica São Luiz do Tapajós. A autorização
está em nome da Eletrobras – Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
A hidrelétrica São Luiz do Tapajós é a
primeira das cinco planejadas na região. A hidrelétrica Jatobá, também em fase
de elaboração dos estudos ambientais, já havia recebido a mesma autorização no
dia 28 de junho. O licenciamento ambiental do Complexo Tapajós está tramitando
rapidamente no Ibama.
As
autorizações para abertura de picadas têm condicionantes. O documento da UHE
São Luiz do Tapajós, assinado pelo Presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, especifica a largura máxima
de 2,5m e 15 km de extensão, fora dos limites de unidades de conservação. A Eletrobras só pode executar atividades com o
consentimento dos proprietários das áreas.
obrigada amiga telma
ResponderExcluirpela incansável luta que é minha tb
e parabéns pelos seus textos q curto muito
beijos
Telma, obrigada pelo artigo.
ResponderExcluirNo caso do Rio Madeira e das Usinas de Santo Antonio e Jirau, quando estudamos a documentação para estimularmos o CONAMA a debater o problema do licenciamento e reconhecer as inúmeras irregularidades, lembro-me da Nota Técnica do IBAMA que estimava a existência de centenas de toneladas de mercúrio depositadas no leito do rio e que a construção das usinas iria biodisponibilizar o metal tóxico e transformá-lo em metilmercúrio, a forma mais perigosa de mercúrio. Nada foi feito para evitar isso, até onde sabemos, ou melhor, a nada disso foi dada qualquer atenção.
Abç.
Zuleica Nycz
APROMAC-AMAR-TOXISPHERA