Guerreiros Munduruku - Foto: Telma Monteiro |
Reunião das lideranças do
Povo Indígena Munduruku na Aldeia Sawre Maybu
Data:
29/03/2013
Participantes:
Aproximadamente 70 pessoas entre lideranças indígenas Munduruku do Alto e Médio
Tapajós, representantes da FUNAI e do CIMI
Uma
comissão de aproximadamente 40 lideranças indígenas Munduruku do Alto e do
Médio Tapajós foram à aldeia Sawré Maybu localizada no Médio Tapajós, em
Itaituba, para prestar apoio e consolidar a aliança de todo o povo Munduruku
localizado ao longo do rio e da bacia do Tapajós . A FUNAI/Itaituba e o CIMI
foram convidados. 1 pessoa da fundação e 2 missionárias do conselho acompanharam a reunião.
Os
Munduruku resolveram se unir frente às ameaças do governo brasileiro de ataque da
Polícia Federal, Rodoviária Federal e das Forças Armadas destacadas à região
para a Operação Tapajós.De acordo com nota da AGU, a operação destinada à
região de Itaituba a partir da semana do
feriado de páscoa, pretendeu garantir a realização de estudos nas terras
Munduruku para viabilizar a implantação de barragens no rio Tapajós.
Nenhum
pesquisador ou estudioso foi encontrado na região de Itaituba, na
transamazônica, nas terras indígenas e no rio Tapajós, mas apenas a Polícia
Federal. Por isso, os Munduruku estão convencidos de que a finalidade da
operação era reprimir, coagir e em caso de reação atacar o povo indígena.
Intimidação e ameaça Policial
na região
O
acesso à aldeia Sawre Maybu é feito através da transamazônica (quilômetro 70),
e posteriormente o percurso é feito através de ramal que vai até o rio Tapajós,
com saída por um porto denominado Buburé.
A
polícia federal, a polícia rodoviária federal, a força nacional e exército
estão circulando desde Itaituba até essa região desde 27/03/2013 através do ar,
estrada e do rio. Há policiais espalhados nos principais pontos deste percurso:
perímetro urbano de Itaituba e terras indígenas, transamazônica, quilômetro 70
da transamazônica, ramal de acesso ao porto Buburé e área portuária . Os
policiais estão fortemente armados, equipados e se transportando através de
helicópteros, voadeiras, pick ups e carros 4X4. Desde o dia 27/03/2013 Os Munduruku e outras pessoas convidadas para
ir à terra Sawre passaram por constrangimento, revista e intimidação das forças
armadas no trajeto de ida, durante a reunião, na saída e no caminho à Itaituba.
Houve entrada nos ônibus dos indígenas na transamazônica, interrogatório,
registro de fotos, tentativa de forçar escolta, sobrevôo nas terras indígenas
da região, passagem de várias voadeiras pelo rio em frente à aldeias, principalmente
da Sawre Maybu.
Os
Munduruku sentiram-se humilhados sem motivo e tratados como bandidos pelos
agentes do governo.
Recado dos Munduruku à
Presidência da República
Diante
do descumprimento da palavra da
Secretaria Geral da presidência da República e o governo com os Munduruku sobre
esperar reunião dos caciques no dia 10/04 para se manifestarem sobre como
querem o processo de consulta prévia relativo à barragem de São Luis do
Tapajós, os indígenas estão se sentindo traídos. Além disso, a não comunicação
aos indígenas e nem mesmo à Coordenação Regional da Funai de Itaituba sobre a
Operação Tapajós e as humilhações e intimidações das forças armadas no
território Munduruku, pioraram esse sentimento entre as lideranças de toda a
bacia. Por isso, os Munduruku fizeram um documento para anexar ao processo sobre
a barragem na justiça federal e entregar ao governo, às autoridades competentes
e à sociedade denunciando o que está acontecendo na região, comunicando a
sociedade e exigindo providências, principalmente a saída imediata das forças
armadas de suas terras.
Em
conversa no fim da manhã do dia 30/03/2013 com Tiago Garcia, representante da
SGRepública que vem interagindo e assumindo compromissos do governo com parte
das lideranças Munduruku para tentar negociar a usina de São Luis do Tapajós,
os Munduruku expressaram o sentimento de descrédito após as humilhações e
desrespeito do governo e mandaram um recado:
“Se o governo quiser diálogo com Munduruku tem que parar a Operação Tapajós e mandar tirar as forças armadas de nossas terras. Nós não somos bandidos, estamos nos sentindo traídos, humilhados e desrespeitados com tudo isso. O governo não precisa da polícia e da força nacional para dialogar com o povo Munduruku. Nós queremos diálogo, mas só falaremos com o governo depois que todos os caciques do alto, médio e baixo conversarem e tomarem sua decisão. É nosso último aviso. Se a Operação não parar, não vai ter mais diálogo com os Munduruku, vamos acionar os caciques e vai ter guerra."
Além
disso, lideranças Munduruku deram entrevista à imprensa local (SBT)
AUMENTA PARTICIPAÇÃO E TÉRMICAS NA MATRIZ
ResponderExcluirEconomia no uso-final da energia
As chuvas terminaram e os reservatórios atingem 2/3 da capacidade máxima. Não encheram, mas vão encher nos próximos anos com a utilização de térmicas na base. A inserção mais frequente de térmicas colocadas na base obriga hidroelétricas – agora em menor proporção – para a ponta, as quais produzem cada vez menos energia (mais potência em período curto). Assim, os reservatórios permanecem como uma reserva estratégica para ocasiões de extrema urgência.
A participação de térmicas – que já é de 1/3 – em breve chegará a ½ a 1/2, com as térmicas na base e as hidroelétricas cada vez mais afastadas para a ponta.
Hidroelétricas em menor proporção geram cada vez menos energia e, consequentemente, menor dependência dos reservatórios para manter a pequena vazão para firmar as hidroelétricas. O SIN se torna mais seguro com a garantia efetiva das térmicas, porem mais cara a energia pelo elevado custo das térmicas. Este é o preço que temos de pagar por termos um sistema ainda fortemente hidroelétrico.
"As hidrelétricas sozinhas já não dão conta de atender a demanda do país. Já usamos termelétricas para complementar a oferta, mas o que precisamos agora é buscar térmicas com custo de combustível barato para fazer com que gerem durante todo o tempo, como fazem as hidrelétricas" (Altino Ventura).
Diríamos que não só combustíveis mais baratos mas processos mais eficientes na produção e consumo de energia.
Ou, como gastar menos com as térmicas rodando muito?
Resposta: gastando de maneira mais eficiente no uso-final da energia.
Como gastar menos com as térmicas rodando muito?
Resposta: gastando de maneira mais eficiente no uso-final da energia. Ou, em outras palavras: produzir simultaneamente os dois tipos de energia: calor e trabalho.
Os dois tipos de energia estão presentes em um mesmo processo de transformação. São inseparáveis: não se pode aperfeiçoar um negligenciando o outro.
Exemplificando:
– Se vamos instalar uma térmica à gás ela deve estar junto de outra convencional a vapor para reduzir o consumo de combustível fóssil, sem que precise ser desativada.
– O próximo leilão de energia deverá incluir pelo menos três novas térmicas movidas a carvão. O mais correto é sejam usinas combinadas com térmicas a gás. Ambas produzindo energia com rendimento próximo de 60%, economizando o combustível da térmica convencional.