quarta-feira, 24 de julho de 2019

Inpe: Um salto técnico-científico para a modernidade na preservação da Amazônia

Bolsonaro e Marcos Pontes
Foi justamente uma instituição da União, o Inpe, que criou um projeto de monitoramento do desmatamento da Amazônia, em tempo real, que é uma referência internacional. O projeto foi executado em 36 meses, e com recursos do Fundo Amazônia, que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está tentando acabar, criando um desgaste com os doadores do fundo, Noruega e Alemanha, que já doaram R$ 3,4 bilhões, em 10 anos. É preciso mencionar, também, que Salles diz que a maior parte dos recursos do fundo é usada pelas ONGs. Uma das provas de que ele mente está aqui descrita.

Telma Monteiro 

O sistema de monitoramento da Amazônia é de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é uma unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Esse sistema compreende a produção de dados e informações sobre desmatamento e degradação da floresta.

Jair Bolsonaro, em entrevista a jornalistas internacionais, ofendeu o presidente do Inpe e a instituição, ao questionar a lisura e transparência dos dados mais recentes sobre o aumento do desmatamento na Amazônia. Os dados foram obtidos graças à eficiência do instituto que criou um projeto para aprimorar os sistemas de monitoramento e produção de dados sobre o avanço do uso de áreas protegidas de floresta. O projeto “Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia” foi realizado com recursos do Fundo Amazônia (FA), gerenciado pelo BNDES.

Ricardo Galvão
Para que se possa combater e reduzir o desmatamento na Amazônia e formular políticas de combate é preciso ter em mãos esses dados e divulgá-los para a sociedade.Trabalho impecável, que o Inpe tem desenvolvido, graças aos principais sistemas que monitoram a Amazônia: o PRODES, DETER, DEGRAD E DETEX.

 O PRODES ou Programa de Cálculo do Desmatamento da Amazônia apresenta as taxas anuais e fiscaliza mais de 4 milhões de km² de floresta.
O DETER ou sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real obtém resultados quinzenalmente, rapidamente e permite a fiscalização imediata.
O DEGRAD ou Sistema de Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira mapeia áreas em processo de desmatamento, anualmente.
O DETEX ou Sistema de Monitoramento da Exploração Seletiva de Madeira permite obter informações para subsidiar a fiscalização dos planos de manejo em concessões florestais e em florestas públicas.

Em 2014, para atender às necessidades de fiscalização mais eficiente do desmatamento da Amazônia, o Inpe criou o projeto “Monitoramento Ambiental por Satélites no Bioma Amazônia”. Era preciso ampliar e aprimorar o monitoramento por satélites e desenvolver estudos sobre usos e cobertura da terra.

Aprimorar esse controle sobre o desmatamento foi o objetivo do Inpe que, em 29 de outubro de 2014, obteve a aprovação do projeto pelo BNDES, com recursos do Fundo Amazônia (FA), para implantação em três anos. O contrato, no valor de R$ 67 milhões, foi assinado pelo Inpe com apoio da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais (Funcate), órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação. Ministério que agora chama o atual presidente do Inpe, para prestar contas de dados inquestionáveis, aprimorados graças ao projeto aprovado e desenvolvido com os recursos do Fundo Amazônia.
O objetivo é acabar com o desmatamento na Amazônia com políticas próprias para a região, segundo a então ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que assinou o contrato com o BNDES e o Inpe. O Inpe, referência na América Latina como excelência em meteorologia científica, modernizaria os sistemas de gestão ambiental. Um salto técnico-científico para a modernidade na preservação da Amazônia.

O projeto visa mapear a Amazônia Legal, aprimorar o software TerraAmazon - já existente; melhorar a recepção, distribuição e uso de imagens; aprimorar o monitoramento de queimadas e incêndios florestais; verificar a dinâmica do desmatamento; disponibilizar ferramentas de modelagem de alterações no uso da terra; melhorar a metodologia de estimativa da biomassa e emissões devido às mudanças de uso da terra.

Os benefícios dos projeto são incalculáveis, pois  pessoas e instituições podem utilizar todas as informações produzidas pelo Inpe relacionadas ao monitoramento ambiental por satélites.
Na contramão da história, o presidente da República desconhece a realidade do país e da Amazônia, chamando às falas o presidente do Inpe, Ricardo Galvão, 71 anos, professor titular da Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Ciências, presidente da Sociedade Brasileira de Física durante três anos, membro do Conselho Científico da Sociedade Europeia de Física durante três anos.
http://www.fundoamazonia.gov.br/export/sites/default/pt/.galleries/documentos/contratos-aditivos/INPE-FaseI-Amazonia-3908361.pdf 

https://www.funcate.org.br/msa/



quarta-feira, 17 de julho de 2019

Fundo Amazônia: a mentira do Pinóquio

Imagem: ClimaInfo
Telma Monteiro

O ministro do Meio ambiente, Ricardo Salles , em entrevista à Jovem Pan, disse que as ONGs foram beneficiadas com recursos do Fundo Amazônia em detrimento dos governos estaduais e federal. (ClimaInfo)

É só ir até o relatório do FA de 2018, para conhecer a verdade sobre a distribuição dos recursos. 
Conforme o balanço de 2018, do Fundo Amazônia (RAFA 2018), já foram desembolsados R$ 1.063.697.557,14 para custear projetos desde que as doações começaram. Desses recursos, 44% foram destinados a projetos aprovados para o terceiro setor e 56% para projetos do setor público, dos quais 34% são projetos com a União e 22% projetos com governos estaduais e municipais. 


Mas ao compararmos a quantidade de projetos, pode-se perceber uma discrepância brutal. Pois a União e os Estados juntos receberam R$ 1,099 bilhão para 31 projetos aprovados; em contrapartida, o Terceiro Setor (ONGs) e Universidades receberam R$ 722 milhões para 64 projetos aprovados. Ao longo de 10 anos.


Menor número de projetos para Estados e União contemplados com mais recursos. 
União: 9 projetos – R$ 521 milhões
Estados: 22 projetos – R$ 578 milhões
Terceiro Setor: 58 projetos – R$ 706 milhões
Universidades: 6 projetos – R$ 16 milhões



Ferrogrão na Amazônia: estudos atualizados pela EDLP, Ministério dos Transportes e Infra S.A.

Imagem: Outras Palavras Ferrogrão na Amazônia: estudos atualizados pela EDLP, Ministério dos Transportes e Infra S.A.   Telma Monteiro, ...